Essa foi a conclusão que a Nous SenseMaking, consultoria especializada em Inteligência e Estratégia, identificou ao analisar os dados do ensino superior no Brasil. A equipe da Nous SenseMaking analisou 2.564 IES (Instituição de Ensino Superior) distintas que ofertaram cursos presenciais no Brasil entre 2011 e 2014, e destas, cerca de 4,33% são IES de alto crescimento, em termos de matrícula.
A Nous SenseMaking utilizou a metodologia do estudo “Demografia das Empresas” do IBGE, que classifica como empresas de alto crescimento aquelas empresas que tiveram crescimento médio de pessoal ocupado assalariado igual ou superior a 20% ao ano, por um período de três anos. A Nous SenseMaking adaptou a metodologia para as IES e utilizou a quantidade de matrículas por curso do Censo de Educação Superior do MEC, entre 2011 e 2014, sendo este o último ano com dados disponíveis. Foram considerados apenas os cursos presenciais de Bacharelado, Licenciatura e Tecnológico, nos níveis acadêmicos de Graduação e Sequencial.
Ao todo, foram identificadas 111 IES em todo o Brasil que tiveram crescimento do número de matrículas acima de 20% por três anos consecutivos. Os estados de São Paulo (18,02%), Minas Gerais (10,81%), Bahia (7,21%), Paraíba (7,21%) e Rio Grande do Sul (7,21%) representam cerca de 50% do total de IES de alto crescimento e podem ser considerados os mais dinâmicos, por possuírem a maior quantidade de IES com essa qualificação. A maior parte dessas IES são privadas, cerca de 90%, com destaque para o estado de Santa Catarina, com 3 IES de alto crescimento, sendo 2 públicas. As IES, Centro Universitário Anhaguera de São Paulo (SP), Faculdade Pitágoras de São Luiz (MA), Faculdade de Macapá (AP), Faculdade Nossa Cidade (SP), Faculdade Maurício de Nassau de João Pessoa (PB) e Faculdade de Divinópolis (FPD – MG), foram as seis maiores IES em número de matrículas, tiveram mais de 7.000 matriculados em 2014 e representaram 0,96% do total.
A Nous SenseMaking também identificou que as 40 maiores IES em termos de matrículas não eram de alto crescimento, mesmo representando 24,69% do total de matriculados em 2014. Isso não significa que estas IES não cresceram, mas sim que algumas cresceram menos de 20% ao ano entre 2011 e 2014. Dentre essas 40 IES, compostas por 19 privadas e 21 públicas, apenas uma IES privada de MG apresentou retração da quantidade de matrículas entre os anos analisados. As demais oscilaram com uma variação positiva em um ano e no outro uma variação negativa, ou cresceram acima de 20% em apenas dois anos.
Nossos analistas constataram que os estados da região Norte e Nordeste apresentaram a maior proporção de faculdades de alto crescimento em relação ao total de faculdades no estado, como é o caso da Paraíba, com 20% das IES sendo de alto crescimento. Esse fato é reflexo dos investimentos ocorridos no estado nos últimos anos, como o desempenho positivo de alguns setores chaves na economia da região. Também demonstra que quando os recursos são alocados da forma correta é necessário capacitar os trabalhadores para que estes possibilitem sustentáculo necessário à atração de investimentos. Os estados com maior participação de IES de alto crescimento em relação ao total são Paraíba, Acre, Amapá, Pará e Ceará, com 20%, 18%, 13%, 11% e 11% de representatividade, respectivamente.
A equipe de analistas da Nous SenseMaking também identificou que estados como São Paulo e Minas Gerais, que possuem a maior quantidade de IES de alto crescimento em termos absolutos não possuem a mesma representatividade em termos de IES de alto crescimento em relação ao total de IES, como é o caso da Paraíba. Estes estados estão entre os mais ricos e desenvolvidos do país. Uma justificativa pode ser que estes estados já tenham atingido patamares elevados de desenvolvimento e por isso não conseguem crescer em um ritmo mais elevado. Caso semelhante ao estado do Rio do Janeiro, com apenas 3 IES de alto crescimento, enquanto possui 145 IES e também é um dos estados mais ricos do país. A equipe de analistas da Nous SenseMaking conseguiu identificar ainda que os estados do Amazonas, Piauí, Roraima e Sergipe não apresentaram IES de alto crescimento.
Com essas informações é possível para o mercado prever quais áreas terão mais profissionais habilitados e em quanto tempo, além de identificar quais regiões e quais IES serão responsáveis por gerar esse novo grupo de profissionais. Em um cenário em que mão de obra capacitada é um fator de produtividade e inovação cada vez mais relevante, se antecipar aos concorrentes e conseguir atrair novos talentos emerge como um diferencial competitivo valioso.